segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Uma ferida corriqueira em Picasso

O quadro "O Ator", danificado na última sexta-feira

Por Nilton Carvalho

O Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque respirava os ares de mais um dia de visitas na movimentada cidade norte-americana. O respeitável acervo do museu atrai milhares de visitantes todos os anos, grande parte, vinda de diversos lugares do mundo.

Mas, para a surpresa de todos, na última sexta-feira um fato inusitado acabou chamando a atenção. Uma das visitantes conversava com amigos enquanto apreciava as obras de arte quando, acidentalmente, caiu sobre um importante quadro de Pablo Picasso. O tombo provocou um rasgo vertical de 15,24 cm na parte inferior da pintura.

O rasgo acertou em cheio a história da arte. A obra danificada, O Ator, pintada entre 1904 e 1905, é uma raridade que pertence ao chamado “período rosa” do artista. O museu classificou dano como “discreto”, mas, especialistas afirmam que restaurar uma obra com mais de cem anos é tarefa das mais difíceis.

O acaso parece mesmo perseguir o legado de Pablo Picasso. Em 2006, o proprietário de um cassino em Las Vegas perfurou o quadro Le Rêve, de 1932, ao apoiar o cotovelo na obra. Sobreviver ao tempo e escapar dos tropeços corriqueiros da vida são os principais desafios a serem superados, para que a obra do mestre espanhol continue sempre a fascinar o universo da arte.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O New York Times e a internet


Por Nilton Carvalho

A revolução causada na comunicação pela internet tem preocupado cada vez mais as mídias impressas. O novo formato do jornalismo, provocado pelo crescimento da procura por conteúdos online, obrigou os meios de comunicação a inovarem seus formatos para não serem descartados do mercado.

Essa preocupação culminou na decisão anunciada pela Times Company na última quarta-feira, 20 de janeiro. A partir de 2010 os usuários irão pagar para terem acesso ao conteúdo online do New York Times. Entretanto, a Times Co. informou que os internautas poderão acessar apenas uma determinada parte do material jornalístico veiculado no site.

A Times Company tomou a decisão na tentativa de recuperar os prejuízos causados pela diminuição da circulação do material impresso. Para o presidente da Times Co., Arthur Sulzberger, a medida é uma aposta da empresa para os novos rumos da internet. Mas, analistas acreditam que a decisão é arriscada demais porque as perdas com a publicidade podem ser maiores que o lucro obtido com a cobrança do acesso.

O jornal de maior circulação nos Estados Unidos tenta novamente se adaptar aos padrões da comunicação após o advento da internet. A mídia digital surge como uma grande ferramenta, mas, necessita de reparos e, muitas vezes, parece não ter sido bem compreendida pelos meios de comunicação. A adaptação do jornalismo às regras da era digital ainda deve levar um tempo para ser concluída.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A nouvelle vague está de luto


Por Nilton Carvalho

A sétima arte acaba de perder um de seus autores. Nesta segunda-feira, 11 de janeiro, o cineasta Eric Rohmer faleceu em Paris aos 89 anos. Rohmer ficou conhecido por ser um dos criadores da nouvelle vague, importante movimento artístico do cinema francês.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, surgiu na França um importante movimento que modificou os conceitos de cinema da época, a nouvelle vague. O grupo era formado por jovens críticos de cinema que escreviam artigos para a revista "Cahiers du Cinéma". Entre os críticos estavam Jean-Luc Godard, Jacques Rivette, François Truffaut e Claude Chabrol.

Rhomer foi editor da revista "Cahiers du Cinéma" de 1954 à 1963 e um dos fundadores de "La Gazette du Cinèma". Foi escritor e publicou romances, como "Elisabeth" de 1946, e contos. Entre suas principais premiações no cinema estão o Leão de Ouro em Veneza com o filme “Raio Verde” e o prêmio Luis Delluc em 1971, com “O joelho de Claire”.

Ao definir o cinema como arte, a nouvelle vague quebrou as regras que vigoravam no cinema comercial, valorizando o autor como peça principal na composição de um filme. No cinema de autor, idealizado por Eric Rhomer, o mais importante é o conceito artístico da obra.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Do futebol às eleições


Por Nilton Carvalho

Cinco títulos mundiais, o campeonato nacional mais disputado do planeta e jogadores espalhados pelos principais clubes europeus. Essas características firmam o Brasil como uma potência do futebol e, consequentemente, credenciam a seleção brasileira para a disputa da Copa da África do Sul, que será realizada este ano.

Mas, neste ano o país viverá outro clima de decisão, as eleições. O povo brasileiro irá eleger Deputados Estaduais e Federais, Senadores, Governadores e o Presidente da República. A polêmica envolvendo dois acontecimentos tão importantes e tão distintos como a disputa da Copa e as eleições é em relação ao patriotismo dos cidadãos brasileiros.

No último ano, fatores negativos na política como os escândalos no Senado e no governo do Distrito Federal colocam em cheque a credibilidade dos políticos para as próximas eleições. Mesmo assim, a ministra da Casa Civil Dilma Roussef (PT) e o governador do Estado de São Paulo José Serra (PSDB) ganharam força como potenciais candidatos à sucessão do presidente Lula. O eleitor brasileiro, por sua vez, prefere esperar um pouco mais para entrar no clima das eleições e o assunto preferido parece ser mesmo a disputa da Copa.

Em 2009, a seleção brasileira conquistou a Copa das Confederações e as próximas projeções serão todas voltadas à Copa do Mundo de 2010, que será realizada na África do Sul. A expectativa para a disputa do mundial mexe emocionalmente com os brasileiros que, em época de Copa, pintam as calçadas de verde e amarelo e hasteiam bandeiras, esbanjando patriotismo nos quatro cantos do país.

Para o brasileiro, o ano de 2010 começa repleto de expectativas em torno das eleições e, principalmente, da disputa da Copa do Mundo. Acontecimentos que devem mobilizar o país. As eleições talvez ainda não despertem o patriotismo dos brasileiros como a seleção, mas, é importante que o povo acompanhe o processo eleitoral com atenção e vote consciente. Votar com responsabilidade é desejar um país vencedor não apenas no futebol.