segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O olhar que transforma lixo em arte

Rodrigo Machado e Pado, a dupla Urban Trash Art


Por Nilton Carvalho

As artes plásticas atravessaram diversas mudanças ao longo da história, nomes importantes deixaram contribuições desde o renascimento até o modernismo, passando também pelo pós-moderno. Pode-se dizer que este campo viveu, e está vivendo, constantes revoluções.

Inquietações artísticas inserem na sociedade atual, baseada no consumo exagerado e na saturação de bens e serviços, conceitos capazes de dialogar com a realidade. É neste sentido que a dupla Urban Trash Art, formada por Rodrigo Machado e Pado (Cleber Padovani), desenvolve seu trabalho.

O lixo descartado nas ruas de São Paulo é a matéria-prima que abastece a fábrica de idéias da dupla, conhecida pela sigla UTA. As obras, elaboradas a partir de objetos que a princípio não têm mais utilidade, são trabalhadas dentro do contexto urbano, ou seja, o processo de criação ocorre na própria rua.

Assim como o flâneur, idealizado por Charles Baudelaire, que caminhava pelos espaços urbanos para vivenciar o caos dos grandes centros, Rodrigo Machado e Pado saem à procura de objetos descartados pela sociedade de consumo. Tudo o que é coletado renasce, ganha forma e dentro do contexto das ruas é transformado em arte.

O público reage de diversas maneiras, do espanto à admiração, pois muitos não acreditam que é possível fazer arte com o que a sociedade joga fora. Se o apelo parece sustentável, ele é acima de tudo político, uma espécie de “anartistas” que detectam possibilidades e fazem intervenções, não há um parâmetro pré-estabelecido, mas idéias que vão surgindo e se completam.

Criar um “Jacaracol” ou uma “Centopéia Viking” depende muito do momento e contexto, mas o conceito final mostra que o lixo é lixo somente até entrar em contato com mãos e mente do artista. Se Marcel Duchamp, certa vez, elevou um urinol ao patamar artístico, a dupla Urban Trash Art é capaz de transformar o lixo urbano em obras de arte.

domingo, 19 de setembro de 2010

Toque feminino na construção civil

Alunas do Curso de Construção Civil para Mulheres

Por Nilton Carvalho

O mercado da construção civil acaba de ganhar um novo perfil de funcionário. O segmento deixa de ser espaço exclusivo dos homens com a implantação do Curso de Construção Civil para Mulheres, idealizado pela prefeitura de São Bernardo do Campo.

As aulas acontecem na escola Madre Celina Polci, onde funciona o Núcleo de Construção Civil e Educação de Jovens e Adultos, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo. Lá, cerca de 150 mulheres atravessam diferentes módulos antes da formação, que visa abrir oportunidades de trabalho.

De acordo com os professores, o detalhe apurado e o capricho do toque feminino são os atributos que credenciam as alunas a exercer um trabalho diferente nesta área. O projeto evidencia mais uma conquista da mulher no mercado de trabalho, pois quem acreditava que trabalho pesado não combinava com o público feminino terá que rever seus conceitos.

Sobre o projeto

O curso é realizado de segunda a sexta-feira na Associação Padre Léo Comissari (Rua Padre Léo Comissari, 288, Jardim Silvina), nos períodos da manhã, tarde e noite, e na Escola Municipal de Iniciação Profissional (EMIP) Madre Celina Polci (Rua Barretos, 217, Baeta Neves), na parte da manhã e tarde. Mais informações pelo telefone 4126-3764.

Blog das alunas do curso:
http://bugola-mulheresempreenteirasdesbcampo.blogspot.com/