quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um videorrepórter no MediaOn 2010

Susan Grant (CNN), Jaime Spitcovsky (mediador) e Aron Pilhofer (New York Times) na Super Session de abertura do evento (foto:Ricardo Matsukawa/Terra)


Por Nilton Carvalho




O texto a seguir narra minha primeira experiência como videorrepórter.




Era possível avistar o trem chegando quando eu olhei para o relógio e percebi que estava bastante atrasado. Ir da estação São Caetano até o metrô Brigadeiro, em meia hora, seria tarefa das mais difíceis. Mas, contei com a sorte, pois o entrevistado, Aron Pilhofer, editor de notícias interativas do New York Times, atrasou meia hora, superando meus dez minutos.

Minha primeira experiência como vídeorrepórter, que ocorreu justamente no 4º Seminário Internacional de Mídia Online (MediaOn), me deixou um pouco nervoso. Eu tinha uma entrevista importante e jamais havia controlado a câmera e o microfone ao mesmo tempo. Outra dificuldade seria o idioma, apesar de conhecer bem o inglês, meu vocabulário talvez não fosse tão rico para uma entrevista deste porte e não havia nenhum tradutor.

Quando Pilhofer chegou, eu já tinha decorado o que iria dizer e consegui estabelecer um diálogo satisfatório. No entanto, como eu não tinha experiência em filmar, confesso que no começo da entrevista a câmera tremia muito e a grande dificuldade foi encontrar um ponto que me proporcionasse estabilidade. Fiz as perguntas de maneira bem lenta para que o entrevistado pudesse entender e a conversa fluiu.

A entrevista foi bastante focada em web jornalismo, busquei informações que fossem relevantes para os nossos desafios aqui na Tv ABCD. Fazer um jornalismo interativo, que valorize a participação do público e também que conte histórias de maneira criativa e inovadora. Tópicos que, aliás, Pilhofer abordou durante painel no qual participou. Foi então que percebi que a tal “Aldeia Global”, idealizada pelo teórico Marshall McLuhan, está cada vez mais intensa com o poder da internet e novas tecnologias.

No final, com o braço um pouco dolorido de segurar a câmera em uma posição fixa, me despedi do entrevistado e de sua assessora de imprensa. Aron Pilhofer foi bastante cordial e quando ficou sabendo que eu ainda estava cursando jornalismo, resolveu inverter os papéis. “Como tem sido esta experiência?”, perguntou o editor. Olhei para o entrevistado e sua assessora e disse, “estar perto das pessoas, conhecer suas histórias e tentar transmiti-las em uma linguagem nova, tem sido um desafio e uma experiência única”.