domingo, 25 de abril de 2010

Twitter, um gigante entre as mídias sociais


Por Nilton Carvalho

O aprimoramento dos meios de comunicação ocorre desde a revolução das técnicas de impressão promovida pela invenção de Gutenberg. De lá pra cá, as transformações e conquistas foram muitas e a internet talvez seja uma das mais significativas.

Uma das principais características da internet é a interação, que possibilita ao receptor tornar-se também emissor. Essa possibilidade é uma das principais virtudes das redes sociais. Na última semana, de acordo com a StatCounter, o Twitter passou a ser a rede social mais acessada pelos brasileiros.

Com uma restrição que permite aos usuários escrever apenas 140 caracteres, o Twitter virou uma febre. Percebido como um poderoso meio de interação, a ferramenta tem sido fortemente utilizada por jornalistas, políticos e celebridades. Assim como a “Aldeia Global”, um dos princípios do teórico Marshall McLuhan, o Twitter é uma experiência comunicativa compartilhada por diferentes culturas.

Apesar do sucesso entre internautas dos quatro cantos do planeta, há quem critique a ferramenta. Entre os críticos está o escritor José Saramago, que certa vez lamentou a limitação de caracteres imposta pelo Twitter.

A falta de espaço pode limitar a qualidade do conteúdo, o mesmo que acontece com as notícias atualizadas minuto a minuto nos sites jornalísticos. A baixa qualidade proporcionada pelos meios de produção em massa, citada pelo teórico Theodor Adorno, é um aspecto negativo que pode, facilmente, ser relacionado à internet.

As opiniões sobre o Twitter são muitas, mas o que não se pode negar é a facilidade com que essa nova ferramenta conquista mais e mais usuários a cada dia. Pessoas comuns, profissionais da comunicação, celebridades e até mesmo políticos, descobriram que interagir por meio de pequenas postagens é simples e direto, características básicas do ser humano nascido na era digital.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A ausência que empobrece o conteúdo

Por Nilton Carvalho

Uma das características mais importantes do jornalismo é a pesquisa. Se aprofundar no assunto é essencial para um conteúdo informativo de qualidade, coisa muito rara hoje em dia na imprensa. Mas, felizmente, ainda existem exceções.

Um bom exemplo é a jornalista Eliane Brum, que na última terça feira recebeu o Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha, na categoria Imprensa. Eliane foi premiada pela matéria “O Islã dos Manos”, publicada na Época em fevereiro do ano passado e que aborda o aumento do islamismo entre a população negra do Brasil.

Em tempos de revoluções digitais, a imprensa se preocupa cada vez mais com a velocidade. Informar rápido, na maioria das vezes, deixa de lado a apuração. Sem tempo para pesquisar e refletir a respeito dos diversos ângulos do fato, o repórter tem mais chances de cometer a incômoda “barriga”, jargão bem conhecido na imprensa contemporânea.

Nas grandes redações raramente existe espaço para grandes reportagens, como a elaborada por Eliane Brum. Não há investimento, nem sequer vontade de se fazer um jornalismo mais aprofundado e que fuja um pouco do ”lide básico” tão comum hoje em dia.

O leitor não deseja apenas reportagens breves, ele também quer qualidade e ter certeza de que está lendo algo verdadeiro. É hora de reciclar o jornalismo atual, antes que repórteres como Eliane Brum desapareçam em meio à rapidez desenfreada. Daria pra imaginar Gay Talese ou Truman Capote escrevendo hoje em dia numa grande redação? Acredito que não.

sábado, 10 de abril de 2010

CCBB exibe festival É tudo verdade

Cena do documentário Inimigos do povo


Por Nilton Carvalho

O Centro Cultural Banco do Brasil exibe, entre os dias 9 e 18 de abril, a 15ª edição do festival internacional É tudo verdade. A mostra traz as 12 melhores produções documentais dos cinco continentes.

O festival, que apresenta grandes produções do cenário mundial, tem um representante brasileiro, o documentário Eu, o Vinil e o resto do Mundo, de Lia Rodrigues e Karina Ades. O filme, de 2008, narra a trajetória de jovens da periferia paulistana que participam do maior campeonato de DJs da América Latina.

Entre os gringos, o longa Inimigos do povo, de Rob Lemkin e Thet Sambath, Reino Unido e Camboja, merece destaque. O filme aborda as crueldades cometidas pelo Khmer Vermelho no Camboja. O diretor Thet Sambath teve os pais mortos durante o regime. No documentário, ele conta a própria história e também descobre outros relatos que narram as crueldades de uma época.

O norte-americano A escuridão do dia, do diretor Jay Rosenblatt, explora o suicídio em busca de um documentário mais consistente sobre o tema. Incertezas e depressão são aspectos que temperam o ambiente do filme. Vale destacar, os relatos de diferentes casos e também alguns escritos de Primo Levi e Ernest Hemingway.

CCBB

Data: 09 a 18 de abrilLocal: Cinema (70 lugares) Rua Álvares Penteado, 112 - CentroEntrada franca - mediante retirada de senha a partir das 10h do dia do eventoClassificação indicativa: de acordo com o filmeMaiores Informações: (11) 3113-3651/52

sábado, 3 de abril de 2010

O feminino soturno de Irina Ionesco


Por Nilton Carvalho

A fotógrafa Irina Ionesco gosta de retratar o universo feminino. Mas, a composição de suas imagens foge do convencional. A mostra Espelhos Luz e Sombra, em cartaz até 11 de abril na Caixa Cultural, selecionou 30 imagens da artista francesa. O trabalho retrata a mulher através de um olhar soturno que remete tragédias gregas, filmes hollywoodianos e estética gótica.

Ao se separar da mãe ainda durante a infância, Irina Ionesco busca nas imagens femininas um pouco das lembranças maternas. A fotógrafa começou sua carreira nas artes plásticas e pintando quadros desenvolveu o interesse pela fotografia. Em 1974, causou polêmicas ao retratar a filha, com idade entre 5 e10 anos, em poses provocantes.

Sua proposta para ilustrar o sexo feminino é baseada em imagens com fundo negro em que mulheres comuns viram modelos. A maquiagem branca e marcante deixa clara a influência gótica e soturna vigente nas imagens. As montagens, com apelo teatral, convidam os visitantes a interpretarem a mensagem expressa em cada foto captada pelas lentes de Ionesco.