sábado, 18 de julho de 2009

Jornalismo romântico, um ofício para poucos

Por Nilton Carvalho

Gabriel Garcia Márquez em seu texto Jornalismo, o melhor ofício do mundo traça um eficiente comparativo entre o jornalismo atual com o jornalismo exercido há 50 anos atrás.

Nos dias de hoje, ser jornalista e viver a rotina em uma redação significa estar em constante atrito com o tempo de fechamento e sob intensa pressão dos editores. Esse processo empobrece a matéria, pois resulta em pouca investigação, reflexão e reconstituição do fato.
Os jornalistas de hoje correm contra o tempo, mas para se obter o material necessário para concluir uma boa matéria, o repórter precisa abordar o assunto em pauta por todos os ângulos para evitar que alguma informação valiosa fique de fora. Infelizmente as matérias vêm perdendo o conteúdo e são transmitidas de maneira rápida, porém pobre, sem valor jornalístico.

A grande diferença está na disputa que os meios de comunicação em massa travam entre si para ver quem consegue “o furo” primeiro, se preocupando cada vez menos com o fato e cada vez mais com a velocidade.

Vale lembrar, que o problema não está somente com os profissionais nas redações. Muitas vezes, o estudante de jornalismo não está apto para iniciar o curso. Não se pode esquecer, que o jornalista é um prestador de serviço e necessita ter uma visão humanística diferenciada, pois somente assim ele poderá observar o fato e apurá-lo de maneira satisfatória.

A aprendizagem teórica e cansativa das aulas tradicionais atualmente não traz a prática da fase romântica do jornalismo, naquela época, havia mais interação do jovem aspirante dentro das redações. O pupilo era acompanhado de perto pelo editor, que com toda sua experiência podia facilmente detectar as dificuldades e apontar os atalhos. O aluno desenvolvia seus primeiros passos ali, no local de trabalho, sendo possível notar se o calouro realmente possuía aptidão para atuar na área.

O jornalismo necessita da técnica de redação, mas também precisa possuir qualidade artística, pois jornalismo também pode ser considerado um gênero literário. O tempo que o jornalista tinha nas antigas redações e que lhe dava tempo para uma pesquisa mais minuciosa e rica hoje não existe mais.
Os editores que antes ensinavam agora lutam contra o tempo e cobram dos jornalistas uma desenfreada corrida para ver quem consegue publicar primeiro uma notícia. Daí vem a associação com a sociedade pós-moderna, que está sempre em busca de informações em alta velocidade e o jornalismo foi obrigado a se moldar desta forma.
Os profissionais de hoje estão presos demais aos termos técnicos, chamando meros depoimentos de matérias jornalísticas sem que todos os ângulos possíveis do fato sejam explorados.

Mesmo após a industrialização do jornalismo e das novas tecnologias agregadas a ele, é necessário exercê-lo com ética e ampla visão humanística para que o jornalismo possa ser considerado o melhor ofício do mundo. As tecnologias são importantes, mas não se pode deixar para trás o lado romântico e literário.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O rock está chamando

Por Nilton Carvalho

Tudo começou com os primeiros acordes tocados por Robert Johnson, influência fundamental para o blues e o próprio rock, em pequenos botecos do Mississippi. O novo ritmo sofreu preconceito no início quando foi considerado música de selvagens, muitos diziam que o novo gênero não duraria muito tempo e que seria esquecido em breve. Mas a história não foi bem assim.
Bastou um tal Elvis Presley gravar seu disco de estréia, o homônimo Elvis Presley lançado pela RCA, que trazia na capa o jovem de pele branca soltando a voz munido de seu violão, para que o rock se firmasse definitivamente no planeta. Cantando o gênero inventado pelos negros, Elvis chocou a sociedade da época com sua dança e atraiu milhares de jovens que se renderam ao rock.

A partir daí o rock’n’roll ganhou força no final dos anos cinqüenta e atravessou as décadas seguintes de maneira avassaladora. Seja nos anos sessenta de Dylan, Stones, Beatles, Hendrix e The Who ou nos anos setenta de T-Rex, Bowie, ACDC e Led Zeppelin, o rock sempre foi caracterizado pela atitude e rebeldia.

O final dos anos setenta ficou marcado com a explosão punk que trazia uma proposta de rock básico e sem firulas com Iggy Pop, MC5 e Ramones do lado norte americano. Já na Inglaterra o punk foi politizado, com as cusparadas dos Sex Pistols contra a família real e principalmente pelas letras engajadas do The Clash, liderados por Joe Strummer.

A new wave dos anos oitenta levou o rock diretamente às pistas. Ao som de Blondie e B52’s o estilo vivia a era pós-punk quando no começo dos anos noventa surgiu o Nirvana do incendiário Kurt Cobain. O Nirvana causou um grande barulho com o disco Nevermind, e após a morte de Kurt, a mídia passou especular quem poderia ser a nova “salvação do rock”.

Bandas como Oasis e Strokes foram consideradas salvações, mas a grande verdade é que o rock jamais precisou ser salvo. Os grandes legados ficarão para sempre na história e novas possibilidades irão surgir para renovar o estilo e inovar. A grande certeza que se pode ter é que o rock’n’roll sempre será uma máquina abastecida de energia jovem.

sábado, 11 de julho de 2009

O silêncio do furacão pop

Por Nilton Carvalho

Desde seu início como principal voz dos Jacksons 5 Michael Jackson sempre se destacou. A maneira diferente de dançar e os vocais marcantes fizeram do pequeno e franzino Michael um mito pop.

As polêmicas envolvendo agressões do pai nos tempos de Jacksons 5 e as acusações de abuso sexual nos anos noventa nunca foram maiores que o legado deixado pelo artista.

A massificação do cantor após sua morte, com certeza irá multiplicar as vendas do artista póstumo e lhe render novos fãs. Assim como a morte de Elvis Presley e John Lennon, o estrondo provocado pela morte de Michael Jackson ganha proporções imensas. Aliás, a morte de Michael tem um instrumento a mais para sua mega divulgação, a internet.

Homenagens, um funeral pirotécnico, imprensa noticiando dia e noite e novas polêmicas, como a do suposto assassinato. Tudo isso é consumido e ingerido por um público sedento por mais “Michael news”. A música é deixada de lado e as especulações aparecem.

O furacão pop que compôs Triller, um marco para indústria fonográfica, silenciou sua voz, mas permanece como gênio musical entre os principais nomes do século. Resta saber quando seu silêncio será realmente respeitado.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Acordo e Paz

Por Nilton Carvalho

A Guerra Fria parece ter mesmo esfriado. Com o acordo de desarmamento nuclear assinado entre o presidente americano Barack Obama e o russo Dmitri Medvedev, na manhã de hoje, Washington e Moscou deixam de lado divergências do passado e dão um novo passo rumo ao futuro.

O acordo pode significar um recomeço para ambos os países, que no passado foram rivais ideológicos, e enterrar fantasmas políticos como Nixon e Stálin. Durante a Guerra Fria, por inúmeras vezes americanos e russos estiveram muito perto de uma guerra nuclear.

Para alguns especialistas o acordo é questionável, pois mesmo com a redução de poder nuclear, Estados Unidos e Rússia ainda têm capacidade bélica para destruírem um ao outro. Mas o encontro entre seus líderes pode significar uma aproximação interessante entre as duas potências.

Se a relação entre americanos e russos não passava por um bom momento na era Bush, Obama tenta enterrar as amarguras deixadas pela Guerra Fria entre os dois países, e também buscar um forte aliado para evitar que países como a Coréia do Norte e Irã consigam tecnologia nuclear.

sábado, 4 de julho de 2009

Peça baseada em Dostoievski está em cartaz no SESC Santo André

Por Nilton Carvalho


A peça “Sonho De Um Homem Ridículo” com direção de Roberto Lage, baseada no conto homônimo de Dostoievski, estará em cartaz na programação do SESC Santo André no próximo sábado, dia 11/07.

A peça baseada em um dos contos mais célebres de Dostoievski, narra a vida de um infeliz funcionário público que, após quase se matar, tem um sonho inusitado. No sonho, encontra imaculadas criaturas em uma espécie de paraíso e ao longo da narrativa semeia discórdia e corrupção moral entre os seres alados.

Para quem quiser conferir, os ingressos custam R$ 16,00 inteira, R$ 8,00 para usuários matriculados no SESC e dependentes, aposentados e estudantes com comprovante. Para trabalhadores do comércio e serviços matriculados no SESC e dependentes os ingressos custam R$ 4,00.