quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Opinião pública em pauta


Por Nilton Carvalho

A principal função do jornalismo é informar. Sua linguagem precisa ser abrangente para que todos, desde o mendigo até o alto executivo, possam entender a mensagem transmitida. Levando em consideração a responsabilidade que os meios de comunicação possuem no cotidiano das pessoas, é comum que o fato mais discutido da semana acabe sendo tema de todas as discussões possíveis e imaginárias.

A dona de casa aborda o tema durante a conversa com a vizinha, o universitário discute o fato com o amigo e o operário pergunta ao colega qual a opinião dele sobre a tão falada notícia. É possível afirmar então que o jornalismo forma a opinião pública?

Ora, considerando a repercussão de certas notícias, os fatos abordados pelos jornais ganham relevância na sociedade e são abordados por diversos ângulos.
Mas, formar opinião é algo bem mais complexo e para analisar esta afirmação é necessário entender a diferença entre a repercussão de uma notícia e a agenda de assuntos a serem abordados.

Muitos jornais pautam suas discussões a partir de temas que, em seqüência, podem representar uma manipulação com o propósito de formar um ponto de vista em comum, o que significa formar opinião.

Partindo desta linha de pensamento, se durante três semanas os jornais abordarem, de maneira negativa, as medidas tomadas pelo governador de São Paulo, por exemplo, por mais que o governador tenha prestígio vai chegar um momento em que as notícias irão formar uma má impressão dele perante a população.

Os leitores, na maioria das vezes, possuem uma identidade com o veículo de comunicação pelo qual recebem as notícias e, em caso de uma agenda pré-elaborada com a finalidade de formar opinião, estes leitores certamente vão assimilar a abordagem proposta pelo meio de comunicação.

A repercussão de uma notícia de impacto certamente será abordada pelo público, mas, por diversos ângulos e opiniões. Já a agenda pautada para formar opinião, tende a manipular os leitores, prática que deve ser abominada pelos jornalistas porque a função do jornalista é permitir que o leitor avalie o fato por diversos ângulos antes de formar sua própria opin
ião.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Desacordo global


Por Nilton Carvalho

O acordo global para reduzir a emissão de gases poluentes, que será definido em dezembro durante o encontro das vinte maiores economias mundiais em Copenhagen, parece caminhar rumo à indefinição. A meta que reduz a emissão de poluentes irá substituir o Protocolo de Kyoto que espira em 2012.

As divergências ocorrem porque ao reduzir os gases prejudiciais ao meio ambiente, inevitavelmente, setores que geram lucro e aceleram o desenvolvimento, como o petrolífero, sofreriam consideráveis baixas em seus percentuais de crescimento. Em tempos de crise, uma redução drástica no lucro gerado pelo consumo de petróleo causaria um grande impacto nas economias mundiais.

O encontro realizado esta semana entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e lideranças da China, durante a passagem de Obama pelo país oriental, causou certa desconfiança quanto à definição de metas de redução de gases poluentes. No encontro, chineses e americanos alegaram que é impossível chegar a um acordo em apenas vinte dias.

As declarações causaram a revolta de centenas de entidades que lutam pela preservação do meio ambiente. O encontro em Copenhagen acontece há pouco mais de quinze dias e os principais líderes mundiais não perecem interessados em definir metas. A visita de Obama à China mostrou que tanto liberais quanto comunistas se preocupam somente com o crescimento de suas economias deixando de lado a preservação de um futuro sustentável para todos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O dia que o Brasil apagou


Por Nilton Carvalho

A aula se aproximava do fim, eram quase dez horas da noite, e o pessoal da universidade já estava pronto para seguir o rumo de casa, de repente, tudo escureceu. Num instante todas as luzes se apagaram gerando a tradicional gritaria celebrando a saída antecipada.

Acredite, esta situação foi apenas uma entre as milhares que ocorreram na última quarta-feira, 10 de novembro, quando um inesperado apagão atingiu dezoito Estados brasileiros deixando mais da metade do país na escuridão.

Com cem por cento dos semáforos desativados os congestionamentos se multiplicaram ao longo de São Paulo e mesmo com todo o efetivo da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) nas ruas, o caos era visível por todos os lados.

Pessoas presas em elevadores tiveram que controlar o medo em meio ao tumulto que se espalhava, hospitais apelaram à energia de geradores para continuar cuidando dos pacientes e estações de metrô serviram de quarto para as pessoas que ficaram presas durante o trajeto.

A escuridão se estendeu além das fronteiras do Brasil, chegando até a capital do Paraguai, Assunção, que atravessou os mesmos problemas que as cidades brasileiras. O Uruguai também participou do apagão, o que mostra que a dimensão da pane nos geradores foi bem mais grave que se podia imaginar.

O ministro de Minas e Energia Edson Lobão, alegou que chuvas e trovoadas ocorridas na região da subestação de Itaberá provocaram um curto-circuito na transmissão de três linhas da usina de Itaipu. Mas, emissoras norte-americanas divulgaram que o blecaute teria sido obra de maléficos rackers.

Teorias conspiratórias à parte, a escuridão provocou uma grande confusão em todos os Estados atingidos. Seja provocado por relâmpagos ou terroristas digitais, o que se pode dizer é que o incômodo apagão fez muita gente tomar banho frio antes de sair para o trabalho no dia seguinte.

domingo, 8 de novembro de 2009

Os quatro rapazes da era digital


Por Nilton Carvalho

O site oficial dos Beatles divulgou no último dia 04 de novembro, quarta-feira, que uma versão digital da discografia da banda mais 13 documentários serão vendidos em versão digital. O material deve vir em um pen drive no formato de mação, símbolo da antiga gravadora dos Beatles, a Apple.

Seguindo as novas tendências tecnológicas, os Beatles pela primeira vez tiveram suas canções lançadas em formato digital, tecnologia que vem tirando o sono das grandes gravadoras. As mídias digitais têm causado grandes discussões porque apontam para os diferentes rumos que a música está seguindo.

Declarar a morte do CD é uma afirmação equivocada, porque assim como ocorreu com o vinil, o CD sempre terá seus consumidores. Mas, é evidente que as vendas caíram e que, dificilmente, algo possa ser feito para reverter este quadro.

É por isso que artistas e gravadores devem acompanhar as mudanças ocorridas com a chegada das novas tecnologias. Para que a era digital não signifique um pesadelo sem fim para artistas e gravadoras é necessário promover novos formatos que dialoguem com o consumidor de música contemporâneo.

Assim como o lançamento digital da discografia dos Beatles, outras possibilidades devem aparecer para reinventar o consumo de música, que parece estar em constante evolução a cada dia.